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domingo, 26 de setembro de 2010

A cabeça perniciosa

The Baleful Head, de Edward Burne-Jones

May I not see this marvel of the lands
So mirrored, and yet live? Make no delay,
The sea is pouring fast into the bay,
And we must soon be gone."
"Look down", he said,
"And take good heed thou turnest not thine head."
Then gazing down with shuddering dread and awe,
Over her imaged shoulder, soon she saw
The head rise up, so beautiful and dread,
That, white and ghastly, yet seemed scarcely dead
Beside the image of her own fair face,
As, daring not to move from off the place,
But trembling sore, she cried: "Enough, O love!
What man shall doubt thou art the son of Jove;
I think thou wilt not die." Then with her hand
She hid her eyes, and trembling did she stand
Until she felt his lips upon her cheek;
Then turning round, with anxious eyes and meek,
She gazed upon him, and some doubtful thought
Up to her brow the tender colour brought.

William Morris, "The Doom of King Acrisius"

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Corrida de Sexta-Feira



Wim Mertens - Struggle for Pleasure (1982)

Este post encontrou a sua inspiração aqui.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Janelas II

Edward Hopper, Morning Sun


Edward Hopper, Excursion into philosophy


Edward Hopper, Woman-sun

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Perséfone


Perséfone é a rainha das trevas, filha da mãe terra, Deméter, e guardiã do segredo dos mortos. Hades, senhor das trevas, enlouquecido de amor pela donzela, raptou-a, enquanto colhia flores. Assim que a levou até seu reino sombrio, fez com que ela comesse a romã, fruta dos mortos (mas também símbolo do amor conjugal).

A partir de então, Perséfone estaria ligada a ele para sempre. Por ter comido a romã, Perséfone perdeu a inocência da infância para se tornar a guardiã dos segredos e mistérios dos sombrios domínios do Inferno.


Ao passar metade do ano com sua mãe Deméter e a outra metade com o seu esposo Hades, Perséfone transita livremente entre dois mundos: a realidade objectiva da luz e a subjectividade do inconsciente - a sombra.



Dead Can Dance - Persephone (the gathering of flowers) - Within the Realm of a Dying Sun

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Amante do Tenente Francês: o livro ou o filme?

O LIVRO

A Amante do Tenente Francês, de John Fowles,  é considerado um dos primeiros romances "pós-modernos" - o autor assume-se como narrador omnisciente e até como personagem. A história gira à volta de amores proibidos na Inglaterra vitoriana e é examinada e comentada pelo autor a partir da sua perspectiva cultural dos anos 60 (quando o livro foi escrito).

Fowles conversa com o leitor e brinca com a evolução da narrativa - em determinado momento, refere que se vê forçado a  alterar o plano inicial do romance por causa das personagens, que decidiram outra coisa. Para completar, dá ao leitor a hipótese de escolher entre três finais distintos!

O FILME


A obra de Fowles foi adaptada ao cinema por Harold Pinter, em 1981, com realização de Karel Reisz e interpretações de Jeremy Irons e Meryl Streep. Embora diverso do livro, o filme também segue uma linha narrativa original.

Jeremy Irons e Meryl Streep desempenham os papéis dos amantes vitorianos (Charles e Sarah) e dos actores contemporâneos (Mike e Anna) que os representam na rodagem de um filme, mantendo também eles uma ligação amorosa adúltera. Assim se entrelaçam duas histórias de amor, do passado e do presente, da ficção e da realidade(?).

Uma vez que o romance de Fowles apresenta finais alternativos, também no filme, as duas histórias de amor têm desenlaces diferentes... 



A Amante do Tenente Francês, de Karel Reisz, 1981

domingo, 12 de setembro de 2010

Jane Eyre

"First vanity, and now insurrection."



Jane Eyre, de Robert Stevenson, 1944

Jane Eyre: Manifesto Anti-Boneca de Porcelana



The vehemence of emotion, stirred by grief and love within me, was claiming mastery, and struggling for full sway, and asserting a right to predominate, to overcome, to live, rise, and reign at last: yes, - and to speak.
"I grieve to leave Thornfield: I love Thornfield:- I love it, because I have lived in it a full and delightful life,- momentarily at least. I have not been trampled on. I have not been petrified. I have not been buried with inferior minds, and excluded from every glimpse of communion with what is bright and energetic and high. I have talked, face to face, with what I reverence, with what I delight in,- with an original, a vigorous, an expanded mind. I have known you, Mr. Rochester; and it strikes me with terror and anguish to feel I absolutely must be torn from you for ever. I see the necessity of departure; and it is like looking on the necessity of death." (...)
"I tell you I must go!" I retorted, roused to something like passion. "Do you think I can stay to become nothing to you? Do you think I am an automaton? - a machine without feelings? and can bear to have my morsel of bread snatched from my lips, and my drop of living water dashed from my cup? Do you think, because I am poor, obscure, plain, and little, I am soulless and heartless? You think wrong! - I have as much soul as you, - and full as much heart! And if God had gifted me with some beauty and much wealth, I should have made it as hard for you to leave me, as it is now for me to leave you. I am not talking to you now through the medium of custom, conventionalities, nor even of mortal flesh; - it is my spirit that addresses your spirit; just as if both had passed through the grave, and we stood at God's feet, equal, - as we are!"
Charlotte Bronte, Jane Eyre (cap. XXIII)

sábado, 11 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Curiosidades estéticas



O mais importante na vida
é ser-se criador - criar beleza.

Para isso,
é necessário pressenti-la
aonde os nossos olhos não a virem.

Eu creio que sonhar o impossível
é como que ouvir uma voz de alguma coisa
que pede existência e que nos chama de longe.

Sim, o mais importante na vida
é ser-se criador.

E para o impossível
só devemos caminhar de olhos fechados
como a fé e como o amor.

António Botto, Canções e Outros Poemas

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Janelas I

Edward Hopper, Janela na Noite, 1928


Edward Hopper, Quarto em Nova Iorque, 1932


Edward Hopper, Onze da Manhã, 1926

domingo, 5 de setembro de 2010

Indefinido

Gerhard Richter, Ema - Nu numa Escada, 1966

Não tenho nenhuma intenção, nenhum sistema, nenhuma direcção. Não tenho nem programa, nem estilo nem exigência. Não penso nada bem sobre os problemas profissionais, temas de trabalho, variações até à perfeição. Fujo de todo o compromisso, não sei o que quero, sou inconsequente, indiferente, passivo; amo o indefinido, o interminável e a incerteza contínua.
Gerhard Richter

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

About the meaning of life # 6

Porque é que este sonho absurdo a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

Eis a grande raiva!
Misturem-na com rosas
e chamem-lhe vida.

José Gomes Ferreira
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