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sábado, 27 de junho de 2015

Tão...

... querida, a Anabela Silvestre. Uma ternura.
(Advertência: consumir moderadamente. A sobredosagem pode causar, como efeitos secundários, danos cerebrais irreversíveis).

 

domingo, 21 de junho de 2015

Ausência


Voltei de novo ao cais
Lembrei a despedida
O teu olhar tão triste
A minha voz contida
Não sei dizer adeus
Estou presa à tua imagem
Rogo a Deus e aos céus
Seja breve a viagem
Encontro a tua ausência
Em todos os lugares
Eu colho a tua essência
Nas coisas mais vulgares
Será que és constante
Às juras que fizeste
Ou por um só instante
De todo me esqueceste?
Já sequei o meu pranto
Calei o meu lamento
Mas vou contando as horas
À espera de encontrar-te
Diz-me que não demoras
Diz-me que não é tarde."

Teresa Salgueiro
In " O Mistério"

quarta-feira, 17 de junho de 2015

The Stroll

blues da morte de amor

já ninguém morre de amor, eu uma vez
andei lá perto, estive mesmo quase,
era um tempo de humores bem sacudidos,
depressões sincopadas, bem graves, minha querida.
mas afinal não morri, como se vê, ah, não,
passava o tempo a ouvir deus e música de jazz,
emagreci bastante, mas safei-me à justa, oh yes,
ah, sim, pela noite dentro, minha querida.

a gente sopra e não atina, há um aperto
no coração, uma tensão no clarinete e
tão desgraçado o que senti, mas realmente,
mas realmente eu nunca tive jeito, ah, não,
eu nunca tive queda para kamikaze,
é tudo uma questão de swing, de swing minha querida,
saber sair a tempo, saber sair, é claro, mas saber,
e eu não me arrependi, minha querida, ah, não, ah, sim.

há ritmos na rua que vêm de casa em casa,
ao acender das luzes, uma aqui, outra ali,
mas pode ser que o vendaval um qualquer dia venha
no lusco-fusco da canção parar à minha casa,
o que eu nunca pedi, ah, não, manda calar a gente,
minha querida, toda a gente do bairro,
e então murmurarei, a ver fugir a escala
do clarinete: - morrer ou não morrer, darling, ah, sim.

Vasco da Graça Moura

 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

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