Porque estou encerrada
meu choro é de prata
e mágoa.
Puro véu me prende
tecido de palavras
de antigamente.
De sal meu alimento
de fel minha bebida.
Eis que me prolongo
sem sentido.
Nada será meu bem
e meu castigo.
Glória de Sant'Anna, in Poemas de Tempo Agreste, 1964