Sou o poema que ninguém escreveu
Sou a carta que sempre se queimou.
Sou o caminho que ninguém tomou
e o som que nunca soou.
Sou a oração dos lábios mudos
Sou o filho de uma mulher não nascida,
uma corda que nenhuma mão estendeu
uma fogueira que ninguém acendeu.
Acordai-me! Redimi-me! Levantai-me já
da terra e disponha, de espírito e corpo e alma!
Mas quando rezo, só respostas incompletas.
Eu sou as coisas que não ocorrem nunca.
Inger Hagerup, Jeg gikk meg vill i skogene, 1939