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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Eu sou o poema

Sou o poema que ninguém escreveu
Sou a carta que sempre se queimou.

Sou o caminho que ninguém tomou
e o som que nunca soou.

Sou a oração dos lábios mudos
Sou o filho de uma mulher não nascida,

uma corda que nenhuma mão estendeu
uma fogueira que ninguém acendeu.

Acordai-me! Redimi-me! Levantai-me já
da terra e disponha, de espírito e corpo e alma!

Mas quando rezo, só respostas incompletas.
Eu sou as coisas que não ocorrem nunca.

Inger Hagerup, Jeg gikk meg vill i skogene, 1939
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