Sheelas na Gigs são esculturas de mulheres nuas exibindo as suas vulvas, desmesuradamente grandes. Encontram-se ,na sua maior parte, em igrejas e castelos medievais na Irlanda e Grã-Bretanha.
Consideradas como protecção contra os espíritos do mal, eram colocadas sobre portas ou janelas para proteger essas aberturas. A vulva também simbolizaria a entrada para o underworld.
Usadas juntamente com outras figuras exibicionistas e bestiais na decoração das igrejas, tinham o propósito religioso de advertir contra os pecados da carne e alertar para os castigos infernais.
A Sheela na Gig é popularmente associada a uma deusa pagã céltica, a bruxa Cailleach, figura da mitologia irlandesa e escocesa, no entanto, esta teoria é muito criticada nos círculos académicos.
Outra interpretação sugere o uso destas esculturas como figuras de fertilidade, a serem exibidas a noivas no dia do casamento ou oferecidas a mulheres em trabalho de parto.
O nome Sheela representa a feminilidade e também um tipo especial de mulher: a mulher sábia, espiritual. A origem de na Gig é mais obscura. Especula-se que significará a genitália feminina, relacionando-a com o termo irlandês jig, por sua vez derivado do francês guigue que, numa era pré-cristã, designaria uma dança orgiástica.
Em templos hindus, encontram-se, sobre as portas, figuras femininas agachadas, semelhantes a sheelas na gigs. À sua passagem, tocam-se nos seus genitais (yoni sagrado) com o propósito de obter uma benção.
A Sheela na Gig, ainda hoje, é considerada por muitos como simples pornografia dos nossos antepassados e, como tal, escondida nas arrecadações e arquivos de muitos museus.
Na minha visão pessoal, considero a Sheela na Gig como símbolo ancestral do eterno ciclo da vida, morte e renascimento, presentes no mundo natural.
Fiona Marron, Hag in the Iron Wood