O artista é um ser trágico, que "morre" no palco para dar vida a outro ser e Darren Aronofsky, no seu Black Swan, leva esta ideia até às últimas consequências. Natalie Portman encarna uma frágil bailarina, Nina Sayers, qual boneca de porcelana prestes a quebrar-se. Tudo na sua vida, começando pela mãe castradora, concorre para a incessante procura da perfeição. E o preço a pagar pela perfeição é uma viagem em tons de pesadelo ao seu interior, num jogo alucinante de espelhos, dualidades e de confrontos com a sua sombra - o cisne negro?
O macabro e as metamorfoses, quase kafkianas, da bailarina assustam-nos e fascinam-nos, transmitindo-nos todo o sofrimento de uma mente em ruínas - um espelho quebrado. E é no palco que Nina realiza o sacrifício supremo, e a beleza e a perfeição são atingidas...
Há muito tempo que não via um filme assim...