Não descanso até encontrar
o poema que me alivie.
Encontrarei palavras
que me emprestem sentido.
É um modo de sobrevivência que pratico,
procurar casas dentro de casa.
Transporto uma candeia discreta e vejo
nos poetas-irmãos e nos poetas-amantes,
sossego para as emoções que me fazem cerco.
Fecharei os olhos
quando me sentir iluminada por dentro.
Marta Chaves, Varanda de Inverno
Hiroshima Mon Amour, de Alan Resnais, 1959 |