"Estarei só. Não por separada, não por evadida. Pela natureza de ser só. No entanto a multidão tem sua música, seu ritmo, seu calor, e deve ser uma felicidade, às vezes, ser na multidão o que o peixe é no oceano. Ah! mas quem sabe das solidões que haverá nessas águas enormes! ...Se me chamares, responderei, mas serei solidão. Serei solidão, se me esqueceres ou lembrares. Qualquer coisa que sintas por mim, eu te retribuirei: como o eco. Mas és tu que vens e voltas: a tua solidão e a minha solidão."
Cecília Meireles
À propos de Nice, de Jean Vigo, 1930