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sábado, 31 de dezembro de 2011

Venha de lá esse 2012!


Não é por causa dos dissabores nem dos contratempos,


nem dos desgostos e das lágrimas vertidas, 


nem das traições e punhaladas nas costas que sofri, ao longo deste ano, 


que vou deixar de me encantar com a beleza da vida


e com o poder do amor.


Por isso, VENHA DE LÁ ESSE 2012!!


Nas imagens (de cima para baixo): Greer Garson, Claudette Colbert, Carole Lombard, Norma Shearer, Greta Garbo e Bette Davis

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Do contra...


Porn Orchard imitando as vozes de Tom Waits e Peter Murphy - "This Holiday Season" e "Christmas Sucks"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

est-ce que tu peux me voir?

- Tu, porquê tu?
- E porque não eu? Em que falto eu ao teu sonho?
- Em nada. Só que nunca imaginei haveres de ser tu a doer-me, nem que vinha de tão longe a tua ausência.
- Afinal não para um encontro...
- Bem o sei, contento-me em respirar-te, em saber-te, longe...
- Cada vez mais longe...
- Perto, cada vez mais perto, uma vez que de longe o sabemos.
- Desde sempre...
- Desde sempre...

- Ver-te é já um privilégio. Vejo-te! Vejo-te!
- Vês ou imaginas?
- Talvez imagine, como quando não te olho e em ti projecto as silhuetas que correm, que se perdem, entre as árvores. Nâo sei. Quando se trata de ti não distingo o sonho da realidade.
- Nunca distinguimos a realidade do nosso próprio sonho e por isso temos medo...
- De quê, querida minha?
- De te perder, quando julgo encontrar-te...
- Mesmo agora que podemos tocar-nos, no meio desta gente real, quotidiana, que espera o eléctrico?
- Mesmo agora. Somo-nos um sonho recíproco. Só os outros são reais. Continuo a ter medo...

- A tua boca sabe a laranja, é um fruto de mil sabores...
- É o teu desejo que tem mil papilas...
- Não, não, é a minha boca que só existe na tua.
- Por isso sou a tua margem, sem ti não tenho inquietas marés.

- Um dia esquecer-me-ás...
- E como é possível perder um sonho, tecido dia a dia?
- O tempo se encarregará de destecê-lo... Um dia virá em que os teus dedos já não saberão o toque breve e frio da minha boca... Um dia virá em que não saberei mais a tua timidez, quase sem gestos... não a saberei mais. Ter-te-ei perdido para sempre.
- E quando será esse quando?
- Ambos temos o poder da destruição, um de nós o fará nascer.
- Tu...
- Tu.

Luísa Dacosta, Colóquio/Letras nº 28 (Novembro 1975)

Diane Arbus, 1963


domingo, 4 de dezembro de 2011

Lilies of the valley

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.

Sophia de Mello Breyner


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Here In Me

(...)
Eis que um segundo nascimento,
não adivinhado, sem anúncio,
resgata o sofrimento do primeiro,
e o tempo se redoura...

A explicação rompe das nuvens,
das águas, das mais vagas circunstâncias:
Não sou Eu, sou o Outro
que em mim procurava seu destino.
Em outro alguém estou nascendo.
A minha festa,
o meu nascer poreja a cada instante
em cada gesto meu que se reduz
a ser retrato,
espelho,
semelhança
de gesto alheio aberto em rosa.


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sleep brings no joy to me

Isabelle Hupert em "Les Soeurs Brontes", de André Téchiné, 1979

Sleep brings no joy to me,
Remembrance never dies;
My soul is given to misery
And lives in sighs.

Sleep brings no rest to me;
The shadows of the dead
My waking eyes may never see
Surround my bed.

Sleep brings no hope to me;
In sounder sleep they come.
And with their doleful imagery
Deepen the gloom

Sleep brings no strength to me,
No power renewed to brave:
I only sail a wilder sea,
A darker wave.

Sleep brings no friend to me
To soothe and aid to bear;
They all gaze, oh, how scornfully,
And I despair.

Sleep brings no wish to knit
My harassed heart beneath:
My only wish is to forget
In the sleep of death.


Emily Bronte - Sleep Brings No Joy To Me ("The Complete Poems")
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