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sábado, 5 de março de 2011

Persona

"(…) na realidade não há nenhum eu, nem mesmo o mais simples, não há uma unidade, mas um mundo plural, um pequeno firmamento, um caos de formas, de matizes, de situações, de heranças e possibilidades. Cada indivíduo isolado vive sujeito a considerar esse caos como uma unidade e fala de seu eu como se fora um ente simples, bem formado, claramente definido; e a todos os homens, mesmo aos mais eminentes, esse rude engano parece uma necessidade, uma exigência da vida, como o respirar e o comer. O equívoco reside numa falsa analogia. Todo homem é uno quanto ao corpo, mas não quanto à alma."

Hermann Hesse, in O Lobo da Estepe

Persona (1966), de Ingmar Bergman, é o jogo de espelhos mais fascinante que já vi em cinema.
Elizabeth Vogler, uma actriz com um esgotamento, é acompanhada pela enfermeira Alma. A silenciosa Elizabeth escuta e parece absorver as confidências de Alma até ao ponto desta não conseguir distinguir mais onde acabam os seus pensamentos e começam os da sua paciente.

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